ZÉ NINGUEM (poema do Dr. Alfredo Fagundes)
A humanidade vê com muita dor,
E proclama a partilhar o amor,
Para viver na experiência da caridade;
Vamos ouvir os gritos dos excluídos,
Comprometer-se com os esquecidos,
Que estão perdidos na nossa cidade.
Famílias dormindo na luz do luar,
Ao relento da noite sem teto e sem lar,
Morrendo de fome e abandonados;
É triste demais, não podemos aceitar,
O povo de Deus, tem mais que ajudar,
As dores dos irmãos injustiçados.
Morando nas ruas, jogados no canto,
Vivendo a dor do seu amargo pranto,
Os dias passam e a tristeza não sai;
Sem alegria e sem esperança de viver,
Somente solidão no seu amanhecer,
A rotina da vida não termina jamais.
De noite e de dia, sua história continua,
A pobreza imperando no meio da rua,
Famílias chorando sem ter alegria,
E a vida recomeça numa grande lição...
Largado no tempo em busca de pão,
Seu nome é Zé ninguém da periferia.