Alder Júlio Ferreira Calado
Adoro te devote, latens Deitas
Deus de Amor, nos pequenos Tu te escondes
Nos Sem-teto, nos Sem-terra, eis bem onde
Tu te encontras, ao seu lado Tu te deitas
Aos que nesta endemia míngua receita
Crescem as trevas, e os sentidos já são falhos
Filhos choram e já não há mais trabalho
Só lhes resta a esperança que lhes dás
Juntamente à ação de buscar paz
Só de Ti - eles dizem - é que me valho
Ao soberbo, ao ricaço, Tu ocultas
Teu tesouro aos pequenos só revelas
E nos dás contemplar as coisas belas
Teu mistério escondendo a gente “culta”
Ao humilde penitente Tu indultas
E socorres, bondoso, aos aflitos
Da penúria dos pobres ouves o grito
De seus tronos derrubas o tirano
Nos movendo a lutar contra os insanos
Tu perdoas a quem se faz contrito
Quinta e Sexta são dias de deserto
A buscar um sinal que nos ajude
A assumir de Jesus a atitude
Ao Domingo estando sempre abertos
Do pequeno a serviço, sempre perto
Nos dispondo a mudar-nos, e ao sistema
Produtor de miséria e fome extrema
Combatendo o furor das distopias
Que a Natura e os humanos avaria
Na Esperança da Páscoa - eis nosso lema
João Pessoa, 02 de abril de 2021 (Tríduo Pascal)