Pe Waldemir Santana
Arquidiocese da Paraíba
O livro “Engenheiros do Caos”, ao longo de suas páginas procura mostrar, com muita clareza, como as fake News, as teorias da conspiração procuram de forma perversa influenciar as eleições em vários países e destilar ódio a partir de uma ideologia enlouquecida e infeccionada que colocava em risco a lisura do pleito eleitoral. Giuliano da Empoli, com muita propriedade mostra como o fazer política na sociedade contemporânea ficou refém de mentiras e de conspirações lunáticas. É incontestável que os engenheiros do caos estão em todos os lugares tanto na política como na religião
O extremismo religioso que é uma verdadeira anomalia, vai resistindo aos ventos modernizantes do Papa Francisco e vai revelando seu lado mais sombrio. A capacidade de articulação vai despertando nesses grupos o desejo de fazer valer uma pauta conservadora “ad intra” e “ad extra” da igreja se manifestando como verdadeiros adversários da agenda progressista. Os católicos fundamentalistas que representam um estrato significativo dentro da igreja, tem uma enorme capacidade de orientar votos e interferir na vida moral das pessoas, basta ver a atuação do grupo canção nova e congêneres que conseguem eleger deputados afinados com sua ideologia.
Os mensageiros do caos, pseudos católicos, tem um acesso às mídias digitais onde eles propagam suas teorias de conspiração e de religião envenenada por discriminação. No youtube, esses verdadeiros engenheiros do caos tem muitos seguidores onde destilam uma verve raivosa com sua visão distorcida sobre os padres e bispos que querem ser fiéis ao evangelho de Jesus, estando sempre ao lado dos mais fracos, por isso, são rotulados de comunistas. Um padre da Arquidiocese de Cuiabá, é um dos porta vozes da extrema direita, juntamente com outros clérigos e leigos, das chamadas novas comunidades. Esse referido padre que é um verdadeiro arauto do caos, já pousou empunhando uma arma ao lado do pseudo filósofo Olavo de Carvalho, se apresentando como dois baluartes do cristianismo. Os jovens, principalmente os seminaristas, seguem a esse padre como se ele fosse mais católico do que o papa. No fundo esse engenheiro do caos, não é católico, mas caótico, obsoleto. O Centro Dom Bosco, que é o refúgio do extremismo católico, vive buscando desacreditar a CNBB com colocações estapafúrdias que só cabe numa mente medíocre de quem ficou no período jurássico.
Esses grupos da extrema direita com seu alto poder de atração entre os seminaristas, funciona como uma espécie de escola subterrânea, no dizer de dom Joaquim Mol. Durante o processo formativo, os seminaristas se submetem as diretrizes de formação, depois de ordenados eclode o tradicionalismo casado com o fundamentalismo, onde o caos se instala e ganha centralidade em todas as suas manifestações.
A estrema direita católica, investe de forma coordenada criando narrativas para atacar o papa, bispos, padres e de modo particular a Teologia da Libertação. A finalidade das narrativas é incitar a base de seus apoiadores para que difamem os presbíteros que lutam pela inserção da igreja no mundo. Há uma quantidade de vídeos e publicações que procuram atingir a vida de padres comprometidos com as causas populares.
Toada essa onda da extrema direita católica destilando desinformação e provocando o caos tem o objetivo de provocar um clima de ódio dentro da instituição eclesial. A lógica que move essa extrema direita é o da guerra comunicacional. A estratégia é mobilizar o maior número de pessoas para se confrontarem com os padres taxados de comunistas. O delírio dessa gente é sem limites, ao conceber que comunistas estão infiltrados na igreja com o propósito de destruí-la.
Os vídeos elaborados por essa facção católica, tende a ser replicado em larga escala ecoando em várias plataformas. Essa lógica usada pelos engenheiros do caos católico é para provocar uma verdadeira desordem na igreja e fazer valer as pautas desses arautos da desordem. De forma orquestrada, os arautos do caos, começam por cavar uma mentira para depois congregar o maior número de pessoas para se criar um ataque em massa.
Os engenheiros do caos católico, representantes de um catolicismo mofado, sem perder a empáfia e o ar de superioridade moral sobre os demais, procuram se apresentar como os cristãos quimicamente puros, quando no fundo estão enlameados por uma ideologia nociva, fascista e enlouquecida que faz mal a muita gente. A manipulação das pessoas é a finalidade dos arautos do caos católico. Como diz o Papa Francisco, a extrema direita na igreja é uma força centrípeta (para dentro).
Os engenheiros do caos católico, vivem de um saudosismo inoperante que em nada contribui para a causa do evangelho de Jesus no mundo. O que esses desorientados do caos procuram fazer é usar a expressão: vamos dividir para podermos ganhar. Hoje essa lógica está presente em toda a igreja do Brasil. Em suma, esses engenheiros do caos, não são católicos, mas caóticos, ultrapassados.
