Rafael Reginaldo Nascimento
No ano de 1967 dois fatos históricos aconteceram. O primeiro foi a chegada ao Brasil da jovem Helena (Irmã Marlene) com 24 anos de idade, vinda da Holanda no dia 18 de novembro, e o segundo fato foi a ordenação sacerdotal do jovem (Maltês) João Maria em 24 de dezembro, com 25 anos de idade. Dois importantes missionários que chegaram no território brasileiro, e que em 2017, após 50 anos, quem diriam estar celebrando juntos uma longa jornada de cumplicidade na vivencia pratica de opção preferencial pelos pobres.
Uma profetisa e um profeta, pessoas diferentes, com histórias tão parecidas, e um mesmo intuito: Serem missionários no Brasil, viver o Evangelho de Jesus Cristo em terras estrangeiras, a serviço do povo de Deus. Fizeram de fato o que pede o evangelho de Jesus Cristo nas escrituras “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Os dois são as testemunhas do amor de Jesus entre os povos.
Preferiram estar entre e ser como os pobres, fizeram uma decisão radical. Podemos nos perguntar o que levou os mesmos a tomarem tais decisões? O que os fez sair cada um de seus países de origens, deixar seus familiares, amigos vir habitar em terras estrangeiras e estar do lado dos mais necessitados? Não temos dúvidas de que foram as convicções evangélicas que sempre carregaram no íntimo de seus corações que os fizeram tomar tais decisões e ações tão significativas que impactaram na vida de muita gente.
Deixaram-se guiar pelo evangelho. Optaram por uma vida simples. O sinal mais concreto é que os dois foram os protagonistas da criação da Comissão Pastoral da Terra juntamente com outros religiosos e religiosas. Abraçaram a causa e optaram por ser presença, presença essa muitas vezes silenciosa, que fala mais do que qualquer palavra. Sempre dispostos a ajudar o próximo.
Durante muito tempo fomos acostumados a associar as duas seguintes imagens: Padre João com sua Toyota que transportava alimentos para os acampamentos e mobilizações, e Irmã Marlene com seu fusca visitando as comunidades e se reunindo com os pequenos grupos para planejar comunitariamente algumas ações.
Poderíamos formular as seguintes questões, para podermos pensar a importância destes dois religiosos para nós e para os camponeses (as) da Paraíba: "O que seria da Igreja da Arquidiocese da Paraíba sem Padre João e Irmã Marlene? O que seria da CPT? Quanta contribuição os dois ofereceram para a construção da mística da CPT ao longo destes anos? Sem esta contribuição, faltaria o carinho, a maternidade, a ternura, e a intuição. Pois, hoje somos frutos de tudo isto que foi gestado de maneira coletiva no início da luta.
A história de Padre João e Irmã Marlene ao longo destes 50 anos, sem dúvida nos marcam pelo exemplo de vida. Portanto, nós da Comissão Pastoral da Terra, somos gratos ao dois pelo testemunho, por isso louvamos e agradecemos a Deus, pelo SIM vocacional de cada um deles por serem exemplos vivos de doação a serviço da construção do Reino de Deus aqui entre nós. Recebam nossos agradecimentos Padre João e Irmã Marlene.